sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Entre a esperteza e a trapaça: como o 'jeitinho brasileiro' entra em campo

soccerex coletiva Chris Eaton (Foto: André Durão/Globoesporte.com)Chris Eaton, diretor de integridade da ICSS, tem 
opinião forte: simulação pode levar à corrupção
(Foto: André Durão/Globoesporte.com)

Chris Eaton, um australiano, é diretor de integridade da ICSS, o Centro Internacional de Segurança no Esporte, entidade sem fins lucrativos criada no Qatar para investigar, em diálogo com a Fifa, questões relacionadas à proteção aos atletas, ao comportamento deles em campo e ao combate à corrupção, expressa principalmente com a venda de resultados. Quando vê um jogador de futebol simulando, fingindo, enganando o árbitro, o dirigente sente um temor: de que aquele sujeito de chuteiras seja um corrupto em potencial.

É uma visão combativa, certamente vista como exagerada por muitos. E que amplia a discussão sobre os limites da simulação em um campo de futebol. Para Eaton, no momento em que um jogador abre brecha para o fingimento com o objetivo de vencer uma partida, a corrupção está mais viva; se o atleta dá uma concessão à burla da regra, também faz uma concessão em seu caráter, e aí abre o caminho até para ajeitar resultados - a grande preocupação dele na ICSS.

Será? No futebol brasileiro, tão acostumado à encenação, a opinião de Chris Eaton pode soar radical. É uma questão de estabelecer onde fica a fronteira entre o legal e o ilegal, o moral e o imoral: se o fingimento é mais uma face da esperteza ou se é pura e crua trapaça. Em um debate com mais perguntas do que respostas, o GLOBOESPORTE.COM ouviu personagens de diferentes áreas do futebol para discutir os limites da malandragem, do jeitinho brasileiro, nos campos de futebol - para tentar entender de onde viemos e para onde vamos.

Luiz Adriano se desculpa, Seedorf faz pedido

"O choro é livre", escreveu o brasileiro Luiz Adriano, atacante do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, no dia 20 de novembro, em seu perfil no Twitter. No instante em que usava o limite de 140 caracteres da rede social para ironizar seus críticos, o jogador já era alvejado por meio mundo por causa do gol que acabara de marcar sobre o Nordsjaelland, da Dinamarca, pela Liga dos Campeões da Europa. Depois de a arbitragem parar o jogo para atendimento médico a dois atletas, Luiz Adriano pegou uma bola que aparentemente seria devolvida ao adversário, driblou o goleiro e fez o gol (recorde no vídeo). Ao fintar a gentileza, um mandamento das quatro linhas em lances de lesão, Luiz Adriano ajudou sua equipe a golear por 5 a 2, mas se deu mal depois: levou um jogo de suspensão, teve que pedir desculpas públicas, virou sinônimo de desrespeito ao fair play. E apagou a mensagem que deixou no Twitter...

Os lamentos, pelo extremismo do lance, foram quase unânimes - Luiz Adriano argumentou que estava desatento na jogada, incapaz de perceber que era um momento de fair play. A revolta se sustentou em uma percepção: de que mais do que um desrespeito à regra, foi um momento de desconsideração à moral do esporte - esse conjunto invisível de normas que dita o comportamento dos atletas enquanto estão competindo.

O lance de Luiz Adriano pode ser cruzado com declarações dadas em outubro por Clarence Seedorf. O holandês do Botafogo se mostrou incomodado com aquilo que ele diagnosticou como um hábito do jogador brasileiro: simular, fingir, tentar levar vantagem (observe no vídeo ao lado).

- O futebol tem uma importância enorme, socialmente falando, e os jogadores precisam ser mais leais. Ser malandro parece um pouco demais. É importante que haja solidariedade, que sejam honestos. (...) Jogar-se no chão para o árbitro entender mal a jogada é uma malandragem, e não respeito isso - disse o jogador ao "Esporte Espetacular".

Esperteza ou trapaça? Outra face do talento ou concessão à desonestidade? Abaixo, o leitor encontra a visão de personagens de campos variados do futebol sobre o assunto.

De onde viemos: a sociedade, a cultura, a arbitragem

Paulo Autuori treina a seleção do Qatar. O Oriente Médio é mais uma cultura a rechear a carreira do técnico brasileiro, campeão por clubes como Botafogo, Cruzeiro e São Paulo. Ele já teve vivências na América do Sul (Peru), na Europa (Portugal) e na Ásia (Japão). Conhece diferentes sociedades e os códigos que as regem. E parte de uma ideia inicial ao analisar o comportamento dos atletas: de que absolutamente nada no futebol brasileiro pode ser observado fora do contexto social do próprio país.

Paulo Autuori, do Al-Rayyan, do Qatar (Foto: Divulgação)Paulo Autuori, técnico do Qatar, alerta contra a
hipocrisia no futebol Foto: Divulgação)

- O futebol é um fenômeno sócio-econômico. Não podemos deixar de associar o lado cultural com as coisas que se passam na sociedade. Acho muita graça quando um cidadão comum fica p... porque alguém tenta passar a perna nele. O cara fica p.... Mas quando é o time dele que ganha num lance de malandragem, ele acha legal. Como cidadão, não gosta de ser ludibriado, mas se transforma quando é torcedor e admite essa malandragem para que seu time ganhe. É uma contradição. Cheira a hipocrisia. Nunca vou deixar de associar esse lado social desse lado esportivo. Trabalhamos no futebol, mas existe uma vida por trás - opina o treinador, por telefone, desde Doha, no Qatar.

Ou seja: um sujeito se irrita quando alguém fura a fila, quando o ônibus não para no ponto, quando o teleatendimento de uma empresa qualquer o segura durante eternidades na linha, mas aceita que seu centroavante cave um pênalti. Ronaldo Helal, sociólogo, professor da faculdade de comunicação social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, corrobora a visão de Autuori ao lembrar que a malandragem é um elemento da cultura brasileira - por vezes louvado, visto por um viés positivo, de criatividade, de inteligência. Ele lembra de dois personagens clássicos de nossa literatura: Leonardo, em "Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel Antônio de Almeida, e Macunaíma, o herói sem caráter de livro homônimo de Mário de Andrade. Os malandros cantados por Chico Buarque, Bezerra da Silva ou Zeca Pagodinho ou encenados por Hugo Carvana, Nuno Leal Maia ou Joel Barcelos também são exemplos.

- Isso não está no eu. Está no nós. É da literatura, e vai para a imprensa. O aluno passa no vestibular e mente que levou uma vida normal, que não estudou tanto assim. O repórter pega e deixa a edição mais bonita. É assim. É uma coisa cultural mesmo.

Jefferson no treino do Botafogo (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)Jefferson vê simulações como um defeito do atleta
brasileiro (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)

Daí para o campo, é um passo. Parece claro que se trata de uma característica do jogador brasileiro. Mas a dúvida, maleável de acordo com a opinião de cada um: é um defeito? Para Jefferson, goleiro do Botafogo e da seleção brasileira, é.

- Cada país tem uma cultura. Na Argentina, os caras são catimbeiros. O brasileiro gosta de ser esperto, quer ser malandro. E acha que é mais esperto que o outro. É um defeito. É feio. O jogo fica ruim. E sabemos que os goleiros também fazem isso. Às vezes, está 1 a 0 e o cara fica matando tempo - observa o jogador.

Mas a visão crítica não é unânime. Há quem veja nessa malandragem uma simples ação de jogo, um macete legal para vencer a partida. Zinho, ex-jogador da seleção brasileira, ex-treinador do Miami FC e ex-diretor do Flamengo, acha válido, por exemplo, um atleta forçar o terceiro cartão amarelo em seu time quando está convocado para defender a Seleção. Em lances de simulação, ele opina que cabe mais ao árbitro punir do que ao jogador evitar.

- A questão do cartão é até normal. O cara já vai ficar fora do jogo. Não me parece que seja burlar a lei. E a simulação, cabe ao árbitro punir. Tem coisas que fazem parte, que são da atmosfera do futebol, mas não podem ser ilegais. Se o jogador simula, o árbitro tem que punir. Se não pode proibir o jogador de matar tempo, tem que dar acréscimo.

Em 2011, Kleber Gladiador, hoje no Grêmio, teve um lance parecido com o de Luiz Adriano em jogo entre o Palmeiras e o Flamengo. A bola foi parada para atendimento médico, e parecia que seria devolvida aos rubro-negros. Mas o atacante partiu com ela na direção do gol - chutou para fora (o lance está no quadro abaixo). Depois, declarou:

- Acho que tem muita hipocrisia. O fair play é bom só para tua equipe, né? Para a equipe dos outros, não é bom. É legal o juiz falar que só pode bater a falta depois do apito e mesmo assim o cara bater? É legal? É legal o jogo parar e o cara (em referência a Ronaldinho Gaúcho) tentar tocar por cima do Marcão (o ex-goleiro Marcos) para ganhar tempo? Onde está o fair play?

A arbitragem é uma questão central. Jogadores, treinadores e ex-atletas reclamam que os apitadores brasileiros transformam qualquer contato em falta. Consequentemente, isso estimula o boleiro a simular em campo - para levar a vantagem da marcação do juiz. De fato, o Campeonato Brasileiro, considerados os principais do mundo, é aquele com maior número de faltas, como mostrou em outubro o blog do ex-árbitro Leonardo Gaciba, comentarista da TV Globo e do SporTV. Aqui, o jogo é parado quase duas vezes mais do que na Argentina, por exemplo.

- Se eu fosse um diretor de árbitros, chamaria a imprensa e diria que os árbitros estão orientados a deixar o jogo correr. Temos que baixar o número de faltas. Se a comissão desse esse aval, a coisa iria mudar - comenta Gaciba.

Belletti soccerex (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Belletti: brasileiros são chamados de Mickey Mouse
na Europa (Foto: André Durão / Globoesporte.com)

Vira a velha questão do ovo ou da galinha: quem nasceu primeiro? São dois caminhos: ou o árbitro brasileiro marca mais faltas porque o jogador daqui simula mais, ou o jogador daqui simula mais porque o árbitro brasileiro marca mais faltas. Seja como for, parece haver um equilíbrio entre o teatro do atleta e a permissividade do apito. O problema é quando o brasileiro vai para culturas menos simpáticas à simulação. Aí ocorre um choque, como exemplifica o ex-lateral-direito Belletti, que defendeu clubes como Barcelona e Chelsea na Europa.

- Eles ficam muito incomodados quando o jogador brasileiro tenta simular. Não aceitam. Na Europa, o jogador brasileiro é chamado de Mickey Mouse, acho que por ser um rato, por tentar ser mais esperto. Lembro de uma vez, quando eu estava no Chelsea, antes de um jogo, no túnel, me preparando para entrar em campo, em que o Makelele (ex-volante francês) olhou para mim e disse: "Não tente se atirar no campo, porque aqui não funciona assim".

Mas a simulação não é exclusividade brasileira. Longe disso. Fora do país, pipocam encenações, algumas que ultrapassam o limite do ridículo, como aconteceu no jogo entre Chile e Equador, pelo Sul-Americano Sub-20 de 2011. Bryan Carrasco, da seleção chilena, pegou o braço de um adversário e o jogou contra seu rosto, fingindo ter levado um soco. Em 2009, na Suécia, um goleiro tentou diminuir o tamanho do próprio gol, mexendo na posição da trave.

Para Autuori, a questão não está na exclusividade, mas na frequência. O jogador brasileiro simula mais, na opinião dele.

- Quando a gente fala em corrupção no Brasil, precisamos saber que realmente existe em todo lugar, mas esporadicamente; no Brasil, é a toda hora. Quando algo é usado por quase todos, vira uma característica. O mesmo vale para isso de tentar ser malandro. O futebol brasileiro não precisa disso. Se eu disser que não vejo isso em outros lugares, estarei mentindo. Eu vejo, mas de forma esporádica. E mais: quando acontece, é punido. Pode passar pelo árbitro, mas depois, com vídeo, quem fez acaba tomando punições.

Ludibriar árbitros e adversários não é cria dos últimos anos. Em 1962, pegando um exemplo clássico, Nilton Santos cometeu pênalti contra a Espanha, mas deu um passo para fora da área, e o juiz caiu na ilusão dele. Marcou falta. Em 1969, Dé (o Aranha), do Bangu, arremessou uma pedra de gelo na bola, em jogo contra o Flamengo, e assim desarmou o zagueiro Reyes e fez o gol. Em 1957, Nelson Rodrigues escreveu uma crônica em que citava uma "cusparada metafísica" como protagonista de um jogo. Explica-se: em partida entre o Flamengo e o Canto do Rio, o rubro-negro Dida cuspiu na bola antes de cobrança de pênalti para a equipe adversária - para desconcentrar Osmar, o batedor. Bingo: ele errou o pênalti.

- Isso sempre existiu. Mas na minha época chamavam de "recurso" - brinca Carlos Alberto Torres, capitão do Brasil no tricampeonato mundial, em 1970.

Para onde vamos: as categorias de base, a vigilância, a corrupção

Clemer, técnico dos juvenis do Inter (Foto: Divulgação)Clemer já viu técnico questionando garoto por não
ter tentado cavar um pênalti (Foto: Divulgação)

Clemer foi goleiro por mais de 20 anos. Defendeu clubes como Portuguesa e Flamengo antes de chegar ao Inter, onde foi campeão do mundo em 2006. Ele segue no clube gaúcho, mas agora como treinador. E treinador de garotos. Acaba de ser campeão brasileiro com o time juvenil. Com a vivência diária dos embriões de futuros profissionais, o treinador não tem dúvida: simulações nascem já nas categorias de base.

- Eu tento passar a meus atletas a ideia de seguir o jogo, de tentar o drible, de tentar a jogada. Falo isso pra eles. Quando você fala sério, fala com firmeza, eles aceitam, porque é um período de aprendizagem. Mas vejo muitos jogadores fazendo isso nas categorias de base. Já vi treinador dizendo pro menino: "Deveria ter caído, deveria ter cavado".

Segundo Clemer, a permissividade da arbitragem é a mesma nas categorias de base. E, de acordo com Gaciba, a propensão dos atletas para simular também já é vista ali.

- É uma política desde as categorias de base. Isso é ensinado ao jogador. Quando tem o contato, se ele tenta fazer o gol e não cai, é repreendido, chamado de burro - afirma o ex-árbitro.

Jefferson, goleiro do Botafogo, concorda.

- Isso vem da base. Desde criança, o menino cai na área e pede pênalti.

Os entrevistados para esta reportagem acreditam que vem aumentando a dose de simulação. E é uma contradição, já que a vigilância também é maior. Há mais câmeras de olho. Se o atleta encena em campo, corre o risco de ser ridicularizado depois. E até punido, como aconteceu com Luiz Adriano. A frequência de encenações é tanta, que o GLOBOESPORTE.COM criou, no Brasileirão, o quadro "Ator da rodada", mostrando lances claros de simulação (veja uma compilação dos lances no vídeo acima).

Em outros momentos e outras competições, há variações até cômicas. Em 2011, no jogo entre Operário-PR e Mirassol, pela Série D, o árbitro Rodrigo Nunes de Sá desabou no gramado quando um atleta se aproximou dele, alegando ter sido agredido. O vídeo ao lado indica que o apitador forçou a barra. Veja bem: um árbitro! Dois anos antes, o argentino Escudero, do Corinthians, simulou ter sido atingido... pela bandeira do assistente. Mais uma vez, as imagens mostraram que não passou de uma encenação.

Mas por que fazer isso? Por que correr o risco até de pagar mico para levar vantagem em um lance? Pelo valor que tem a vitória, talvez.

- O que o cara quer é ganhar o jogo. Depois ele vai ver se vão falar alguma coisa. Infelizmente, em algumas situações, pensando apenas no resultado, pode acabar valendo a pena o cara simular, porque o árbitro está pressionado, e o jogador (adversário) pode já ter um amarelo, por exemplo, e ser expulso - observa Clemer.

É aí que entra a preocupação de Chris Eaton. Para ele, a supervalorização dos resultados está no centro da discussão.

- Quanto mais dinheiro, quanto mais sucesso, quanto mais prestígio o esporte envolver, mais isso vai acontecer. As vantagens de se vencer são muito grandes - diz ele.

Autuori parte do mesmo raciocínio. Para ele, existe uma pressão exagerada pela vitória, e isso abre brechas para ações desesperadas.

- Isso vem crescendo a partir do momento em que cada um pensa que tem que passar a imagem da vitória, e aí passa a admitir qualquer coisa. É a vitoria a todo custo. Existe essa necessidade de ganhar de qualquer maneira. Essa pressão está matando muita coisa. O ser humano não tem necessidade de ser campeão 24 horas por dia. Ser vencedor não é isso.

O foco de Chris Eaton está na venda de resultados, um processo, segundo o australiano, crescente em todo o planeta, com jogadores cometendo pênaltis ou errando gols de propósito, para beneficiar apostadores. Por causa do perigo que cerca o futebol, o dirigente é rígido em sua percepção: simplesmente não podem existir poréns ao fair play.

- Quando os jogadores são condescendentes com as regras do jogo, podem acabar fazendo coisas muito piores. Quando você sai da linha, fica a um passo de fazer outras coisas. "Ah, este jogo não vale nada, por que você não aceita 50 mil euros para ajudar no resultado?". É preciso haver consequências para isso. As crianças estão vendo. Se elas veem esse tipo de coisa, vão fazer o quê?

FRASES O QUE ELES PENSAM SOBRE SIMULAÇÕES E MALANDRAGENS NO FUTEBOL (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)

Everardo Rocha, antropólogo, professor da PUC-Rio, cria uma ideia interessante: que o talento do jogador brasileiro já implica uma ideia de encenação, mas dentro da lei - enganar o adversário em um drible, iludir o goleiro em uma cobrança de falta, criar uma farsa em uma jogada que parece ser um chute direto, mas acaba sendo um lance ensaiado.

- O futebol tem uma característica que ajuda a fantasia, o inesperado, o drible. É mais imprevisível, é propício a enganar o adversário, surpreender. É isso de futebol moleque, que todo mundo adora. É a molecagem do Garrincha, contrária ao futebol mecânico dos europeus. É um futebol de ilusão, de engano, e esse lado foi muito glorificado pela torcida, pela mídia. São coisas ligadas à ilusão. Daí para você fazer uma coisa um pouco além, fora da regra, uma ilusão desonesta, é um passo muito pequeno. Esse excesso de glorificação do futebol artístico em oposição ao futebol mecânico, duro, tático, é facilitado em nosso imaginário.

O casamento entre o pensamento de Everardo Rocha sobre a origem dessa malandragem e o temor de Chris Eaton sobre as consequências dela criam três níveis no debate sobre a simulação em campo: primeiro, a encenação com a bola nos pés, legal, artística; segundo, o fingimento para iludir árbitros, para aproximar uma vitória; terceiro, a burla total à lei, com a corrupção, com a venda de resultados.

- Toda essa discussão pode não ser uma questão de lei, mas é uma questão de integridade e honestidade. Se o atleta não joga limpo, o que se pode esperar dele? - questiona Chris Eaton.



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