terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Paraíba lidera 'ranking nacional' dos que mais demitiram técnicos em 2013

A Paraíba é hoje o pior local para que técnicos de futebol trabalhem no Brasil. Ou pelo menos é o Estado onde os profissionais têm menos instabilidade. Isto porque, dos 23 treinadores de todo o país que atuavam na primeira divisão de seus campeonatos estaduais e que já perderam ou deixaram seus empregos em 2013, cinco trabalhavam em clubes que participam do Campeonato Paraibano. Pior: são cinco quedas em apenas sete rodadas (uma média de 0,7 profissionais desempregados por rodada). E quatro clubes já não estão mais com os treinadores que começaram o Estadual (50% dos oito que participam da primeira fase da competição).

Ao todo, já houve treinadores demitidos em 13 estados da federação (veja a lista mais abaixo) e os casos que mais chegam perto do paraibano são os de Ceará e Rio Grande do Norte, que já tiveram três treinadores deixando seus cargos. Se considerar que apenas em 19 unidades federativas os campeonatos estaduais já começaram, em 68,4% deles já houve alguma mudança de comando.

Edson Ferreira, técnico do Paraíba de Cajazeiras (Foto: Magnus Menezes / Jornal da Paraíba)Edson Ferreira: o primeiro de três técnicos do Paraíba
no ano (Foto: Magnus Menezes / Jornal da Paraíba)

O mais instável dos clubes

Se cinco treinadores de quatro clubes paraibanos já perderam seus empregos, isto quer dizer que um único time já mudou duas vezes de técnico. E este recorde negativo é do Paraíba de Cajazeiras, que no ano passado estreava na elite do futebol estadual como uma das sensações daquela competição, mas que em 2013 parece ter desaprendido a fazer times competitivos.

A campanha do lanterna do Paraibano é de fato deprimente. São cinco derrotas e apenas dois empates. Dois pontos conquistados. Tem o pior ataque com quatro gols marcados e já sofreu 14. O primeiro treinador, Edson Ferreira, durou três partidas e foi o primeiro a ser demitido no Estado. Ele perdeu na estreia para o Treze por 2 a 0, empatou para o CSP por 2 a 2 e perdeu o clássico para o arquirrival Atlético de Cajazeiras por 1 a 0.

Veio em seguida Luiz Carlos Mendes, pupilo do ex-treinador Maurício Simões (morto em 2011). Mendes chegou ao Paraíba criticando duramente seu antecessor, a quem chamou de “incompetente”, falou mal também do próprio elenco, mas disse que daria um jeito no time cajazeirense. Mas foi derrotado por 1 a 0 para o Auto Esporte numa briga direta contra o rebaixamento, perdeu do Nacional por 2 a 1 e foi goleado pelo Botafogo-PB por 5 a 0. Não resistiu após o empate em 1 a 1 contra o vice-lanterna Cruzeiro de Itaporanga, em mais uma briga direta contra o descenso.

Luis Carlos Mendes, técnico do Paraíba de Cajazeiras (Foto: Lucas Barros / Globoesporte.com/pb)Luiz Carlos criticou o antecessor, xingou o elenco,
mas saiu 'envergonhado' sem ter vencido nenhuma
(Foto: Lucas Barros / Globoesporte.com/pb)

- Ele deixou o clube nesta segunda-feira. Disse que estava envergonhado com a situação, pois não conseguia ganhar. Ele foi sincero ao dizer que não estava conseguindo colocar seu formato no time – explicou Silva Baiano, gerente de futebol do clube.

Mais demissões na Paraíba

Outros dois casos curiosos são os de Denô Araújo, do Auto Esporte, e de Jorge Pinheiro, do Atlético de Cajazeiras. No primeiro caso, o treinador pernambucano chegou ao Alvirrubro nas últimas rodadas do Paraibano daquele ano e conseguiu livrar o clube do rebaixamento. Virou herói e voltou ao time em 2013. Mas depois de cinco jogos foi demitido. Foram três derrotas (incluindo goleadas de 7 a 1 e de 4 a 0 para CSP e Treze respectivamente), um empate e apenas uma vitória.

Estado Número de técnicos demitidos até esta terça-feira (29/01)
Paraíba cinco
Ceará e Rio Grande do Norte três
Alagoas e Mato Grosso dois
Bahia, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe um

 Já no caso de Pinheiro, o técnico fazia uma boa campanha no retorno do Atlético à 1ª divisão do Campeonato Paraibano. Chegou ao quarto jogo do time invicto e era considerado um dos “estáveis” do campeonato. Mas não resistiu e “pediu para sair” após duas derrotas seguidas, contra o Treze por 4 a 0 e contra o Nacional por 3 a 1. Nesta terça, surpreendeu ao fechar com o arquirrival Paraíba (aquele mesmo em que os treinadores duram pouco), que é da mesma cidade, e para se transformar no terceiro treinador da equipe em menos de um mês.

O outro treinador que perdeu o emprego no Paraibano 2013 foi Neto Maradona, do Nacional de Patos, demitido após ser goleado pelo Treze, mais uma vez por 4 a 0. A lista só não é maior porque não se está contabilizando a interinidade do gerente de futebol Marcos Nascimento, que comandou o Nacional por dois jogos antes de se encontrar um substituto para o cargo, e porque o técnico Betão, do Cruzeiro-PB, teve seu pedido de demissão negado pela diretoria do clube de Itaporanga.

Treze 4 x 0 Nacional de Patos (4ª rodada do Paraibano, no Estádio Presidente Vargas) (Foto: Magnus Menezes / Jornal da Paraíba)Neto Maradona, do Nacional de Patos, não resistiu à goleada sofrida diante do Treze
(Foto: Magnus Menezes / Jornal da Paraíba)

Outros casos curiosos pelo Brasil

Na briga por saber em qual Estado a situação dos técnicos é mais tensa, Ceará e Rio Grande do Norte correm à distância atrás do “título”. Em ambos os Estados já foram demitidos três treinadores e em cada um deles a casos curiosos.

Paulo Roberto foi demitido do Potyguar ainda na pré-temporada (Foto: Josivan Varela/Divulgação)O primeiro de todos: Paulo Roberto foi demitido do
Potyguar ainda na pré-temporada e em pleno
Reveillón (Foto: Josivan Varela/Divulgação)

No caso do Campeonato Cearense, os três treinadores caíram entre os dias 16 e 20 de janeiro, num intervalo de apenas duas rodadas. Já no Rio Grande do Norte, o primeiro dos demitidos saiu antes mesmo do Campeonato Potiguar começar. Paulo Roberto, do Potyguar de Currais Novos, foi dispensado ainda no Reveillón e quando ainda estava na pré-temporada.

Outro caso curioso vem de Sergipe. Oficialmente apenas um técnico foi demitido lá. Mas poderiam ter sido dois. Isto porque Carlos Júnior, do Estaciano, foi demitido pelo presidente Beto Sergipano um dia antes do dirigente renunciar ao cargo e antes mesmo de estrear no campeonato local. Mas quando o novo presidente Sidney Araújo assumiu o clube, sua primeira medida foi recontratar o treinador.

Já no Piauí, Aníbal Lemos, do River, foi demitido logo após a primeira rodada. Pior: a saída se deu depois de um empate e fora de casa contra o Cori-Sabbá. Um resultado que poderia ser considerado bom, mas que foi fatal para o treinador, demitido ainda invicto. 

Presidente do River-PI, Elizeu Aguiar, explica saída de Aníbal Lemos em conversa com elenco tricolor (Foto: Renan Morais/GLOBOESPORTE.COM)Presidente do River-PI, Elizeu Aguiar, explica ao elenco porque Aníbal Lemos foi demitido após empatar fora de casa com o Cori-Sabbá (Foto: Renan Morais/GLOBOESPORTE.COM)



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